Freamunde é, sem dúvida, um exemplo no que diz respeito ao bairrismo, sem paralelo a nível concelhio. Terminaram, recentemente, as Sebastianas, festa popular, tradicional e de elevado índole cultural. Organizadas pela própria comissão de festas mas também por várias associações de Freamunde, para além do cartaz festivo, durante vários dias foi possível assitir a várias manifestações culturais. XVIII Feira de Artesanato e o I Festival Coral Internacional, da responsabilidade da AALF; III Festival de Folclore, pelo Rancho Folclórico de Freamunde; IV Actuação de grupos musicais, organizado pela Associação Recreativa Pedaços de Nós, para citar alguns exemplos, são a prova da vitalidade da maior Freguesia do Concelho. Mas Freamunde é ainda muito mais do que isso, são inúmeras as associações que ao longo do ano se manifestam culturalmente. Este exemplo deveria ser seguido por outras freguesias, Raimonda não é excepção, para além do cartaz meramente festivo, deveria-se aproveitar os recursos, mesmo que poucos, para garantir um programa mais abrangente, nas festas de S. Pedro. A cultura de um povo mede-se também, e essencialmente, pelo nível cultural de uma terra. A terra são as pessoas e não o solo que as alberga, uma terra é tudo aquilo que as suas gentes conseguem realizar a nível profissional, patrimonial e cultural. Se em Raimonda os recursos são poucos ou inexistentes é porque algo está mal. A responsabilidade é de todos mas também dos responsáveis políticos, religiosos e associativos, que ao longo dos anos não se empolgaram, não criaram hábitos de consumo cultural. A sociedade precisa de reflectir sobre estas questões, a sociedade precisa de gente capaz de líderar os movimentos associativos e políticos. O pior que não ter é não aproveitar o que os outros fazem, nestes últimos anos, a Câmara Municipal tem desenvolvido ciclos culturais muito interessantes, quantas actividades foram desenvolvidas em Raimonda? Estaremos no caminho certo?